Tenho pensado em um post, mas a minha cabeça ta pirada, muito pensamento junto reunido e o tico e teco não dão conta de processar tudo. Tenho que confessar que estes dias tenho me atormentado com medos, ando fraquejando, quem luta sabe que a gente cansa, ainda bem que cansamos sem descançar e continuamos a lutar. É o que tenho feito.
Falei que ia contar sobre a morte de um anjinho que conheci estes dias, Marcos Vinicius e sua mãe Lu, uma mulher incrível, uma amiga em comum na comunidade no Orkut nos apresentou e sabe onde ela mora? Aqui mesmo em minha cidade, irônico não? O encontro me fez repensar a minha forma de vitima da doença, porque enquanto eu aqui neste meu mundinho fechado chorava um peito, dois peitos perdidos, a Lu chorava pelo filho. Do meu lado. Fui conhecê-la e era como se fossemos amigas a anos, tamanha a empatia, família linda. O câncer do Vini que recém completara 3 anos, estava no cérebro, fez várias cirurgias, mas não tinha como tirar todo, pois estava na parte que comanda a respiração, depois se instalou na medula. Ele foi valente, teve várias convulsões fortíssimas e com morte cerebral decretada voltou a vida, até que a coisa de um mês os médicos mandaram essa mãe trazê-lo para casa, para cuidados paliativos, não havia mais nada a fazer. A não ser esperar um milagre, e ela esperou e acreditou até domingo, dia 15 quando ele voltou para Deus.
A morte é uma experiência da qual ninguém gosta de passar, seja por entes queridos ou companheiros nossos dessa luta, mas sendo a única certeza em nossas vidas, eu questiono como pode ter pessoas que não se preocupam em viver em toda sua plenitude. Se engana quem acha que nós portadores dessa “nhaca” somos mais vulneráveis a ela, atravessar uma rua é um risco, olha o terremoto no Japão, queda de avião, e outras desgraceras a mais que levaram gente dito “sadia”. Mesmo assim não gosto dela. Já enterrei um filho, ele tinha apenas 5 dias, eu tinha 5 dias de lembranças e hoje 20 anos depois ainda sinto a perda. Essa mãe tinha 3 anos de lembranças lindas, mas infelizmente também de dor, da dor de ver o filho em tão tenra idade sofrer.
Senti pela Lu, mas ela me deu uma lição. Quando eu chorava num misto de medo de morrer, de pesar pela dor dela, de pensar que podia ser meu filho da mesma idade, ela serena me abraçou e disse que enterrar seu filho não doía mais do que vê-lo ter 3 convulsões seguidas, lembrar dele correndo a toda parte e vê-lo na cama inerte. _Devolvi meu filho a Deus e agora me resta viver conforme seus desígnios para poder ter a graça de reencontrá-lo um dia, agora amiga, continua a luta você, força! Foi um tapa na minha cara.
Agradeço a em umus por seu eu quem tenha que passar por isso e rogo sua misericórdia por todos nós...
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigada por ler o blog, fico feliz que esteja aqui. Deus nos abençoe!!!!