segunda-feira, 30 de julho de 2012

Tudo que desejo pra mim e a nós todos.

Tá eu confesso, eu gosto das musicas do Luan, não tem duplo sentido, não são perversivas, e meus filhos adoram, mas depois de ver esse clip. Nossa. Uma coisa muito linda mesmo, é tudo que eu desejo a todos nós. Lance fora os preconceitos e olhe o clip.

Emocionante! Novo clipe do Luan Santana mostra a história de um casal combatendo o câncer!

Uma breve história contada através de um clipe da nova música do Luan Santana.
Considerem como mais uma motivação em lutar contra o câncer sem deixar de viver um grande amor.



A gente não precisa tá colado pra tá junto... 
Tamu junto. Sempre!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Astenia...

Tá, eu confesso...
Eu vinha todos os dias aqui, mas não tinha coragem de escrever. Estou numa preguiça retada, ao mesmo tempo, com aquela vontade de fazer um monte de coisas. Ai não consigo e me frustro. Tenho muitas idéias para os posts, só que a cada dia recebo mais mensagens, mais amigos novos por aqui e fico com medo de escrever baboseiras e perder meus fãs, hauahuaha.
Bem, vamos as noticias, acabaram-se as radioterapias, foram 15 dias indo e vindo todos os dias, acordando de madrugada, então eu fiquei bem, mas beeem cansada mesmo. Mas estou feliz que tenha terminado. Diferente de como foram nas mamas, ( 33 sessões cada) na coluna foram 10 sessões, segunda a radiologista, elas podem ser em menor quantidade, mas são mais intensas, me deu alta, mas pediu que durante 3 meses eu tenha cuidado, pois meus ossos estão frágeis , o câncer retira deles todo cálcio, podendo rompe-los, como não tenho mais ovário, não há reposição, o que faço é tomar diariamente capsulas de cálcio e a aplicação uma vez ao mês do tal pamidronato.
Ganhei flores, muitos parabéns pelo término das rádios, mas estava amortecida, esquecida, sei lá, eu via as pessoas felizes e não conseguia atingir o patamar da felicidade delas por mim, talvez porque já passei por isso outras duas vezes e nesse negócio de acabou, sempre ficar um será?
É a primeira vez em muito tempo, que estou tendo uma folga, e eu sei bem o que fazer com ela, claro, mas entre o que pensa minha cabeça e o que minhas pernas e corpo aceitam, tem uma distancia, mas logo um encontra o outro. Dá aquele medinho né, como seu eu fosse a qualquer momento ser surpreendida com uma noticia ruim, depois de tantas surpresas desagradáveis. Mas eu não fico paranóica, só reflexiva...
Um medo de voltar tudo, um medo de recomeçar, um medo sem razão de ser. Mas há uma explicação para isso, é a tal Fadiga Oncológica. Passa, como tudo em nossa vida.
Beijos de saudades, abraço preguiçoso e um bocejo...
Pra quem quer saber mais sobra essa tal fadiga, releia meu post aqui:

domingo, 15 de julho de 2012

As coisas que ganhei quando perdi.

Louco isso não? Estou lendo um livro: Tempo de esperas do Padre Fábio de Melo, ainda não terminei, tenho dificuldades em me concentrar e fazia tempo que não lia, coisa que sempre amei fazer. No livro há uma troca de cartas entre um professor e um jovem estudante que quer compreender o tempo das esperas. No começo achei ruim, mas como fã de Fábio de Melo, fui ler , há que se ler nas entrelinhas, fazer o paralelo, entre os personagens e o que passamos. Um parágrafo me instigou. Perdas diferentes, ensinamentos iguais. Perder é uma forma de ganhar. É só olhar o avesso da derrota. Há ensinamentos que sobrevivem velados em locais estranhos. Vitória na derrota? Claro que há. É só modificar o jeito como olha para a realidade. (Tempos de esperas. Pe. Fábio de Melo, pág 31.)
Toda perda assume um ganho (...) No livro o jovem perdeu um amor, o velho professor a esposa. Então fiquei pensando, filosofando, o que perdi? Ganhei algo com minhas perdas? E a resposta foi sim.
Sim. Tive perdas sem volta e perdas temporárias. Perdi os seios, a saúde, os cabelos, a vitalidade,a vaidade, algumas vezes até a dignidade; me perdi de mim mesma; perdi a convivência com meus alunos, meus amigos, minha família; perdi a inocência de achar que todo mundo me via como a amorosidade com que eu os via; perdi dias de sol, de chuva e/ou lindos, deitada em minha cama; perdi noites de sono com dor e aflições; derramei rios de lágrimas por tais perdas e pelas que achei que perderia. Nunca mais fui a mesma, nada mais passou por mim sem deixar algum tipo de marca, medo ou frescor. Fui ao fundo do poço, me enterrei em desespero, me escondi de medo, tive medo de sentir medo. Medrei. Perdi. Chorei. Teve dias em que morri, que desejei morrer, que implorei pra não morrer. Sobrevivi. Vivi.
enfermeiras da quimioterapia
Depois de tudo isso, como posso afirmar que ganhei com minha perdas? Ganhei. A doença me fez caminhar por um caminho diferente, me resgatou de uma vida louca de trabalho incessante, trabalho este que amo e me faz muita falta, mas para qual dedicava tempo demais. Tempo. Esta aí mais um ganho. Embora eu tenha meu tempo ameaçado, entendo que nenhum de nós pode dizer quanto tempo tem e por isso mesmo devia viver de maneira que não houvesse arrependimentos. Posso ter na doença uma ameaça aos meus sonhos futuros, mas nem por isso devo deixar de sonhar. Idealizar, estabelecer uma meta, um querer para o amanhã. Ganhei vontade de viver, ganhei sabedoria em valorizar um sorriso, um beijo, um abraço, uma visita, um presente; ganhei sentir felicidade verdadeira em poder levantar o braço, levantar da cama, lavar um prato, lavar os cabelos(mesmo os poucos fios), abrir os olhos e perceber-me viva.
Quando perdi amigos, foi que ganhei os melhores. Quando me senti abandonada, ganhei colo de pessoas maravilhosas . Quando perdi meu direito de ir e vir, foi quando alcancei as maiores distancias, conhecendo lugares e pessoas maravilhosas, distante geograficamente, “ajuntados” pela doença sim, mas não só por ela, pelo carinho, pela dor, pela empatia, pela troca, pelo guaraná, face , blogs, sala de espera.
Dr. Vinicus Fisioterapeuta
Quando adoeci, quando tive que mudar meu caminho, foi que encontrei  pessoas maravilhosas,  profissionais queridíssimos que cuidam de mim de maneira impar, anjos como as enfermeiras, atendentes, fisioterapeuta, assistentes sociais, psicólogas,radioterapeutas e técnicos, médicos enfim, toda equipe da Uopeccan em Cascavel,pessoas que me fazem esquecer a distancia percorrida, a dor sentida, como minha médica que amo feito mãe, embora dela, mais filha seja.
Dr. Fernando L. Motter
Dra. Sara e seus zoios
que alumeiam minha vida.
Quando o caminho ficou difícil, foi que consegui ver a beleza da paisagem. Quando a dor era maior que qualquer sentimento, a ausência dela era o êxtase.
Quando o espelho teimava em me mostrar quem não reconheço,houve quem visse beleza em mim. Quando me sentia a mais infeliz e fraca das pessoas, a guerreira se fazia presente através da admiração de pessoas que jamais supus.
Ganhei mais que perdi. E embora as percas sejam grandes e significativas, não maldigo minha sorte, não dou graças a Deus por ter câncer, mas dou por aprender com ele, por ele ter passado por mim e ter me modificado, moldado, melhorado.
E quer saber? Se está lendo este post agora, com certeza, é um dos meus ganhos, dos meus bens adquiridos,o melhor do meu ruim. Pois quem me visita neste refugio, são os que sabem de mim, que me querem bem e eu te agradeço por demais por estar em minha vida, por fazer dela mais leve, mais bonita,alegre, por me sentir tão querida. Por me animar, reavivar as esperanças, fortalecer a minha fé.
Um beijo estalado, abraço apertado e minha prece para que os dias sejam cheios de esperanças e abençoados pela graça de Deus. A quem tudo devemos, pelo qual tudo podemos , pelo qual suportamos todas as perdas e de onde vem todas nossas vitórias.


Ps: Eu gostaria de ter fotos de todos pra por aqui, sintam-se todos devidamente fotografados e publicados.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Semana cansativa...

Olá queridos, esta foi uma semana bem cansativa, mas olha, produtiva também. Agora só faltam 3 sessões de radioterapia e as dores tem melhorado muito, as próprias atendentes notaram, pois eu chegava lá e ia deitar na maca, na quarta já não precisei mais. Ruim mesmo só o cansaço da viagem, mas eu resolvi ir e vir todos os dias, assim fico mais em casa com as crianças e de olho no pessoal que estão de férias. Tenho me aventurado na cozinha e eles adoram, pois sentiam falta da gourmet aqui.
Hoje consultei, minha médica ficou feliz em não ter aparecido nenhuma lesão nova depois destes dias sem quimio e ela espera que só o anastrazol, faça a doença parar de avançar, quem sabe sossegar. Vou fazer um raio x do pulmão, to meio ronqueta, mas eu creio que seja por causa da rádio, assim como o cansaço. Em geral estou bem mais disposta, me animando em voltar a fazer meus artesanatos e coisinhas, por enquanto é o que posso, nada de escola; eu nem queria mesmo...
Pela primeira vez em meses eu tenho esperanças reais, até de cura; embora a medicina me diga que isto não me pertence mais, o meu Deus tudo pode e se Ele quiser, me dará ossos novos. Dia 17 fará um ano que me mudei e tem muita, mas muita coisa por fazer, muito caixote de feira pra lixar, coisa pra jogar fora (quando o Dir não estiver em casa , porque ele guarda tudo de novo, segredinho nosso!), me disseram que vontade de faxinar é defeito colateral, kkkk deve ser, mas ainda está tudo na zona dos planejamentos, pusque os fazimentos , precisam das minhas teimosas pernas. Mas já tá bom demais ...
Foi uma semana de emoções, recebi visitas queridas, me surpreendi em saber de pessoas que jamais pensei que leriam o blog, ganhei uma promoção de um blog, ganhei “carona” pra cidade onde faço tratamento de gente que nem na esquina sairia; favores de pessoas queridas. Continuo reflexiva, mas volto pra falar sobre, depois. Agora preciso ir ali descansar um tiquinho. Beijos queridos e me perdoem pela ausência, prometo que volto e bem. Beijos

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Radioterapia. Percas, reflexões...

Helow amigos...
Poxa eu to bem devendo um post, sei disso, sumi. Estava totalmente sem idéias, sem motivação, sem vontade de nada e ao mesmo tempo de tudo. Fiquei assim meu bad. Não era depressão, nem tristeza,  era ausência de tudo. Acostumada a rotina de quimios, os dias livres me deixaram meio sem rumo, é como se eu tivesse uma depressão pós término de quimio, kkkk.
Aos poucos as forças foram voltando e eu pude até fazer uma faxina básica nos armários, gavetas e afins, sabiam que aquela vontade incontrolável de bancar a empreguete  é defeito colateral ? É muito bom fazer o mínimo possível, quando não podíamos fazer nada.
O anastrazol tem me dado ainda os calorões, sede e amargor na boca. Deixei o remédio pra dor um pouco pra poder manter a sobriedade nestes últimos dias, pra ver meu bebê dançar.
E na quarta fui a consulta com a radioterapeuta, ela prescreveu 10 sessões, segundo ela, o câncer vai lesionando e retirando o cálcio dos ossos, a radio calcifica os ossos. Fiz a marcação no mesmo dia, infelizmente a noite, meu tio, irmão de minha mãe faleceu, enfarto. Foi uma correria, uma tristeza sem tamanho. Na quinta foi o enterro, não fiquei até a hora mais triste, sabia que seria uma choradeira e desespero sem tamanho.  Me expliquei a tia e aos primos e fui pra cidade onde faço tratamento, fiz a primeira sessão ontem e hoje pela manhã a segunda. Faltam 8. Será bem difícil, pois tenho que ficar lá a semana toda, sem net, sem os filhos e na semana de férias deles, mas passará rápido desta vez.
Estou meio que fora do ar, não sei, parece que as coisas que vejo e vivo, não passam por mim, vejo e não sinto mais como sentiria tempos atrás. No velório do tio fiquei pensando na morte, olhava as pessoas e as diversas formas de lidar com a perda, do pai, do irmão, do tio, do avô. Todo velório que se preza tem a rodinha dos piadistas, os escandalosos, os culpados, e tem reencontro. Familiares que não vemos a séculos e que nunca se encontram, porque moram longe, não há grana pra viagem, não tem tempo e etc, etc. Mas então morre alguém e o povo desaba de onde for pra vir, arrumam tempo pra visita, mesmo que o visitado não possa mais te receber. Também eu deixei de visitar meu tio, me fechei em conchas, vivi só pro meu pesar, pra doença, mas estava lá pra me despedir. Revi parentes e estes, puderam me ver e lembrar que não me visitam, e ainda assim me verem linda e loira. Ta, gorda, careca e com dor, mas bem. Juro que não escrevo isso com nenhum tipo de mágoa. É pura reflexão. Estou assim, filosófica, reflexiva, que é o outro nome dado a apatia, mas abafa o caso.O que importa é que meu tio estava sereno, com a feição linda, que comecei as rádios e que a vida continua. 
Comigo fazendo rádios, o esquema é o seguinte, não se desesperam, não surtem, não estranhem meu sumiço durante a semana. Net agora só nos fins de semana, pois a pensão que ficarei não tem wiriless. Tentarei sobreviver, vou usar este tempo sozinha comigo mesma pra escrever e refletir um pouco mais...
Beijocas
Ah, tem alguém que precisa visitar, ligar, dar um oi, um beijo, um abraço. Faça isso. Já dizia o grande Renato Russo: