sábado, 17 de dezembro de 2011

Hormonioterapia. A coisa do jeito mais bem explicadinho que já lí...

A hormonioterapia é a classe de medicações mais efetiva de que dispomos para o tratamento de pacientes cujos tumores tenham expressão dos chamados receptores hormonais.
Estes receptores são o receptor de estrógeno (RE) e de progesterona (RP), e sua presença qualitativa e quantitativa é determinada pela avaliação do tumor através da técnica denominada de Imunohistoquímica.
Assim, absolutamente todo tumor de mama deve ser avaliado quanto à presença ou ausência destes receptores, e preferencialmente esta avaliação deve ser feita por um bom laboratório, com controles de qualidade adequados.
A presença destes receptores (ou de apenas um deles) indica um benefício da utilização da hormonioterapia como parte do tratamento em qualquer fase da doença (seja na adjuvância ao tratamento cirúrgico no caso de doença localizada, seja no caso de doença metastática).
A hormonioterapia é tanto mais eficaz quanto maior a expressão destes receptores pelas células tumorais.
Assim, se as células tumorais tiverem ambos, RE e RP em 100% das células, e os receptores estiverem presentes com coloração intensa nas células, a paciente terá um benefício extraordinário com a hormonioterapia.
A hormonioterapia, semelhante à quimioterapia, pode estar indicada na neoadjuvância (tratamento pré-operatório com intuito de diminuir o tamanho do tumor e de permitir uma cirurgia menor), na adjuvância (tratamento pós-operatório com intuito de eliminar células que porventura estejam circulando ou tenham escapado à ressecção cirúrgica, para evitar que a doença recidive) ou na doença metastática.
Além disso, em algumas mulheres, a hormonioterapia está indicada na prevenção do câncer de mama.
A hormonioterapia utilizada atualmente consiste em uma de duas classes: os moduladores do receptor de estrógeno (dos quais o Tamoxifeno e oFulvestranto são as medicações que se utiliza em câncer), e os inibidores de aromatase (dos quais o Letrozol, o Anastrazol e o Exemestano são os exemplos mais utilizados).
Vale aqui explicar que, os inibidores de aromatase, por interferirem em uma enzima que é responsável pela maior produção de estrógeno nas mulheres, apenas após a menopausa (na pré-menopausa, o maior produtor de estrógeno são os ovários), somente pode ser utilizado em mulheres na menopausa. Nas mulheres que ainda não entraram na menopausa, a medicação de escolha entre os hormonioterápicos é o Tamoxifeno.
Para que uma mulher na pré-menopausa possa usar inibidores de aromatase, ela deverá ser “colocada” na menopausa, seja cirurgicamente (pela retirada dos ovários), seja quimicamente, pela utilização de injeções que bloqueiem a produção hormonal dos ovários.
A medicação que coloca a mulher no estado da menopausa é denominada de análogo do hormônio da secreção de LH (aLHRH).
Na paciente que recebe hormonioterapia adjuvante, se ela ainda não estiver na menopausa, o tratamento consiste em Tamoxifeno. Se ela já tiver entrado na menopausa, o tratamento pod ser tanto com Tamoxifeno quanto com um Inibidor de Aromatase.
Há dados de que nas mulheres, na pós-menopausa, os inibidores de aromatase podem ser um pouco mais eficazes para reduzir o risco de recidiva que o Tamoxifeno, porém esta pequena vantagem tem de ser discutida no contexto do perfil de toxicidade das medicações, e do risco real de recidiva da doença de uma determinada paciente.
Na adjuvância da paciente na pós-menopausa, existem 3 estratégias possíveis: Inibidor de Aromatase por 5 anos, Tamoxifeno por 2-3 anos, seguido de Inibidor de Aromatase por 5 anos, ou ainda, Tamoxifeno por 5 anos seguido de 5 anos de Inibidor de Aromatase.
Além disso, em casos de risco de recidiva relativamente pequeno, é razoável dar apenas 5 anos de Tamoxifeno. A opção por uma destas estratégias leva em conta diversos fatores, e deve ser discutida pela paciente com seu oncologista.
Na doença metastática, nos casos de pacientes na pré-menopausa, podemos utilizar Tamoxifeno (ou Fulvestranto) apenas, ou Tamoxifeno associado à indução da menopausa. Quando a doença progride em vigência do Tamoxifeno, resta colocar a mulher na menopausa para permitir a utilização de Inibidor de Aromatase.
Na doença metastática na mulher na pós-menopausa, temos as opções de utilizar sequencialmente Tamoxifeno, Fulvestranto, e Inibidores de Aromatase, não necessariamente nesta ordem.
Em relação aos efeitos colaterais, o Tamoxifeno pode aumentar o risco de trombose (coágulos de sangue), de modo que está contraindicado em mulheres que já tenham tido trombose ou que tenham algum outro fator predisponente para trombose. Além disso o Tamoxifeno piora os sintomas da menopausa, pode causar certa retenção de líquido, pode raramente causar toxicidade ocular (daí a necessidade de seguimento anual com oftalmologista), e pode ter seu efeito reduzido pela utilização concomitante de determinados antidepressivos.
Já os inibidores de aromatase causam frequentemente dores articulares (às vezes limitantes), podem causar perda de massa óssea (levando à osteopenia ou até à osteoporose), além de causar piora dos sintomas menopausais. A lista potencial dos efeitos colaterais é certamente mais longa, e estimulamos todas as paciente a discutirem estes efeitos colaterais possíveis com seu médico.
Recomendamos, da mesma maneira que cada paciente discuta abertamente com seu oncologista os prós e contras de cada opção de quimioterapia.
retirado: http://www.cancerdamama.com/tratamentos/hormonioterapia/

3 comentários:

Tânia Regina disse...

E tome tamoxifeno!!rs
Beijo linda.

Vera do sullllllll disse...

OLá!
Muito bem explicado...
Mas na oncologia há muitos progressos e adorei ter assistido a entrevista da Ana Maria Braga , sexta -feira... Fazer quimio e não perder os cabelos.... e Tratamento atuando em células alvo. Vale a pena assistir.
Bjs

Anônimo disse...

Muito bom. Dá pra entender direitinho.

Obrigado por postar.

Bjs.

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Obrigada por ler o blog, fico feliz que esteja aqui. Deus nos abençoe!!!!